3.7.12

Medicina

No vazio de todos nós existe um motivo, algo que preencha o vácuo da dor, parece filosofia barata, mas é verdade. Certas vezes me perguntei por que nasci carioca, nunca estive tão perto da praia, morador do subúrbio sofre com o sol e aprende a se refrescar com borracha no quintal.

Não sei se vou conseguir viver sem ele, sim, o sol é o meu motivo. Quando recebi a notícia, parece frívolo, mas a primeira pergunta que me fiz foi: “como vou viver sem sol, sem praia, sem a essência da orla?”.

Corri pra praia, perdi a carteira, tinha apenas a esperança de aproveita-lo pela ultima vez. Sei que estou exagerando, dentro de uns 5 meses poderei vivê-lo novamente, mas a sensação é de eterna ausência, vazio.

Foi genial. Cheguei à areia o sol já não brilhava como antes, iam dar 18h, era quase noite. Olhei a esquerda tristemente, ela estava lá. Fiquei confuso, a surpresa foi animadora. Aprendi uma lição. Não preciso viver do sol, a lua também é uma estrela, pelo menos pra mim. Estava cheia, muito cheia e se aquilo que vi não era luz própria, provavelmente foi roubada de alguém.

Vou tentar aproveitar a noite com toda sua imensidão vazia e escura. Afinal sempre existe um motivo.

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