26.6.12

Vida que segue...

Olhei para o teto do carro sem saber direito por que. O sinal de transito se aproximava, levei o pé esquerdo até a embreagem, reduzi a marcha e fui parando lentamente. Ao meu lado direito um prédio histórico, à frente faixas de sinalização apagadas no chão. Pessoas. Muitas pessoas cruzaram a rua. Apeguei-me em um rosto curioso.

Não havia nenhuma expressão, não havia sentimento, não havia vontade. Um passo na frente do outro, movimentos decorados. Homem, cabelos negros, aproximadamente um metro e setenta centímetros, tão animado quanto uma pedra. Não sei para onde foi, ou o que passou durante todos os anos anteriores, mas sei o que ele me fez.

Pedidos 1: Péssimo dia.

Perdidos 2: Me faz um favor, deixa pra entrar em depressão quando o mundo acabar.

Perdidos 3: Winter is coming.

23.6.12

Estranho. Tudo muito estranho, mas vamos lá

Segunda feira – Ressaca do final de semana, não teve álcool, pelo menos não muito.

Terça feira – Não lembro.

Quarta feira – Fiquei mal, fisicamente. Essa vida de trabalhar é muito difícil. Algumas injustiças aconteceram, mas vida que segue.

Quinta feira – Estava pior, esse remedinho de "não deixar o nariz entupido" me deixou quase bêbado, trabalhei tanto que nem o Agostinho.

Sexta feira – Numero fechado, elogios, elogios, mas a reunião que interessava não participei. Aliás, todo penúltimo dia da semana deveria ser dedicado a fada madrinha dos trabalhadores.

Sábado feira – Falido.

Em resumo trabalhei MUITO durante esses últimos dias, não consegui escrever sobre tudo o que andei pensando. Existem muitos assuntos a serem abordados: Final da Rio+20, dois novos personagens, uma cidade nova, um casamento novo, um sentimento diferente e uma sensação nova. É bem possível que não fale sobre nada disso, mas ...

Ø Dedicação 1: Saudade de algumas conversas.

Ø Dedicação 2: Sabe aquela sensação de que está fazendo merda? Então, é por aí..

Ø Dedicação 3: To ferrado mês que vem.

17.6.12

Bistrô

Talvez não seja possível explicar, afinal existem certas coisas em que apenas respirando se pode sentir.

Imagine um café, uma mesa, um vaso de flores, uma cidadezinha de Minas Gerais e uma música perfeita, não, desculpem, a trilha sonora perfeita.

Na entrada uma estátua com dois adolescentes de madeira se beijando. Um cartaz anunciando um show de jazz no próximo final de semana. Sentamos em uma mesa normal, fiquei em transe. Havia computador, revistas, um livro. A esquerda uma mesa com 5 mulheres tomando cerveja, uma delas com um cabelo típico de artista. Não conseguia parar de olhar para os lados, tudo fazia sentido.

Não acho que conseguirei sentir coisa parecida novamente. Não queria ir embora, acho que não fui. Ainda escuto a bossa nova ao fundo, quando fecho os olhos ainda sinto as gargalhadas da mesa das mulheres, provavelmente sorrindo de alguma coisa mais interessante que qualquer problema já vivido por mim. Com certeza não estou exagerando, fico feliz em poder afirmar que ter vivido 25 anos valeu a pena pelo ar que respirei naquele lugar.

Fora do ar 1: Uma cantora: Madeleine Peyroux.

Fora do ar 2: Uma ponte.

Fora do ar 3: Desculpem a ausência, foi necessário.

Fora do ar4: Dor de cabeça absurda.

Fora do ar 4: Felicidade pode durar horas, meses ou um final de semana.

12.6.12

Quer me F%$*? Um beijinho antes, rola?

Morto. Sabe a sensação de trabalhar pra caralho, chegar ao final do dia e ficar tranquilo por ter conseguido terminar tudo? Então, é exatamente assim que eu NÃO estou me sentindo.

Imagina uma tartaruga que se fudeu pra ganhar da lebre ralou pra cacete e no final a filha da puta da lebre tava fingindo, ganhou faltando cinco centímetros pra tartaruga chegar, pois é, é quase isso.

Mas não vamos falar de coisas bobas como trabalhar que nem escravo. Meu foco hoje é a Rio+20. Hoje o prefeito do Rio se pronunciou pedindo para as pessoas evitarem o corredor Barra x Zona Sul durante as próximas duas semanas. Porra!!!! Como assim prefeito? É só a terceira via mais usada na cidade, que tal eu te fazer um pedido: É possível você pedir pra sua equipe ORGANIZAR a linda cidade que o senhor foi eleito para administrar? Por que a merda do transito da Presidente Vargas ta um LIXO!

Eu escrevi um texto ENORME sobre o dia dos namorados, modéstia parte ficou muito interessante, mas daí veio o Away e soltou o brilhante vídeo que estou “linkando” abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=jxjXh9v6kbM&feature=g-all-u

Prefeito 1: Liberdade pra dentro da cabeça!

Prefeito 2: Sinto falta dos tempos de universitário.

Prefeito 3: Novidade. =)

Prefeito 4: A fila dos motéis hoje fudeu com o trânsito da Av. Brasil também.

10.6.12

Repetição

Zé resolveu reviver. A escolha não foi a melhor, ele sabia que não seria o que precisava. Não foi surpreendente. Ele teve sucesso por alguns segundos, porém saiu se perguntando se algum dia isso iria durar anos.

De novo 1: Finalmente o feriado acabou.

De novo 2: A paciência ta terminando.

9.6.12

Anônima.

Olhos negros, rosto de mulher vestida de adolescente no final de carreira. O liquido no copo não parecia agradar. Ao seu lado uma senhora com cabelos pintados claramente para tampar os fios brancos, provavelmente sua mãe. De frente outra mulher talvez sua tia ou uma amiga da família. Não vamos nos ater a companhia, minhas palavras direcionam a concentração da menina.

Não quero me atrever a chutar um nome, sua beleza merece o verdadeiro. A insatisfação por estar ali era evidente. O problema não era o bar, os drinks do Belmonte são ótimos, e o centro do Rio é sempre um bom lugar. Ela queria estar longe, sua mente estava longe. Pegou no copo, levou até a boca, sentiu o gosto do refrigerante. O fechar dos olhos e o canto da boca entregaram a negativa com relação ao sabor. Pergunto-me se realmente o problema era a bebida. Talvez tenha sido a forma que encontrou de expressar o desapego com aquela realidade.

“Sua mãe” não percebia, mas apesar de três pessoas estarem na mesa, apenas duas permaneciam ali. A menina tinha sumido. Seu corpo segurava o copo de Pepsi (pode ser? NÃO!), porém ela já tinha ido. Estava nesse momento muito bem acompanhada e tomando um café carioca. O sarcasmo lhe encantava, a barba por fazer do rapaz a sua frente era o defeito que ela mais admirava nele.

Foram 8 segundos encantadores. Seu corpo foi transfigurado para aquela realidade perfeita. Durante tão pouco tempo ela pode se sentir bem. O sorriso no canto dos lábios e o ar superior ao jogar seu cabelo para trás a entregou pra mim. Ela não sabe, mas eu vi exatamente o que ela viu.

Não sei o que aconteceu depois. Mas tenho certeza que o rapaz com a barba por fazer deve ser um cara talentoso.

Viagem 1: Não sei vocês, mas eu tenho uma lanterna na cabeceira da minha cama.

Viagem 2: Isso mesmo, uma lanterna, essa madrugada ela foi muito útil.

Viagem 3: Acordei azedo e arrependido.