A recepcionista achou estranho o tom de voz, não entendeu bem a ultima frase e ignorou:
- Com este cartão o senhor terá acesso ao seu quarto e também irá fazer o elevador funcionar, 7° andar ok?
Muito esquisito ver um elevador funcionando com um cartão, (mas...):
- É no mínimo curioso dois hotéis em estados diferentes hospedarem a mesma pessoa no mesmo número de quarto - pensou Zé.
Naquela noite ele se sentiu sozinho. Fazia tempo que essa presença não aparecia em sua mente, desta vez tudo estava de volta. A demora em dormir não era novidade, o travesseiro não ajudava. Por alguns segundos ouviu ruídos, a porta foi forçada. Ele pulou da cama, seu coração estava batendo a uma velocidade fora do normal. “Quem é?”, silêncio.
QUEM É ?? Gritou ele. Desta vez uma voz feminina soprou em seus ouvidos.
Era ela. A voz era dela.
- Não é possível! se assustou.
A mão estava suada. A saliva já não estava presente do mesmo jeito que no jantar consumido ha minuto atrás. Ele não sabia o que fazer. Seu coração tremia, por alguns segundos ele se imaginou suando em cima da cama ouvindo aquela voz sussurrar no seu ouvido direito. A reação imediata foi dizer:
- Você poderia me responder o que quero ouvir?
A voz:
- Como já sabe o que não quer, saiba perguntar.
Zé pensou:
- Não deveria ter recomeçado.
Os olhos se abriram, ele percebeu que não deveria ter adormecido com o notebook no colo, olhou no relógio e sorriu, a conclusão foi uma resposta para o sonho e para a hora que o relógio marcava.
- Agora é tarde.